quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Última forma de se dizer que ama

 Certas palavras não demonstram o quanto se tenta exprimir. Não se encaixam em contexto algum, até porque não foram feitas para se fazerem presentes ali. Fazer uma tentativa boba de fazer valer o que é dito não supera o que é feito sem antes ter sido prenunciado por verbetes de um dicionário poético. É muito claro a emoção deslumbrante causada por uma surpresa, há nos olhos daquele que se surpreende um show pirotécnico de alegria, um ardor único e, típico de quem se alheia a um discurso exacerbado de palavras repetidas enfadonhamente. Por fim, nada mais justo que desferir gestos raros que cortem a monotonia que afoga o amor em um copo metade cheio de ilusão. Então, faça chover cores num céu cinza, Cubra os degraus da casa com um vermelho flamejante, tudo isto para que se quebre o azul gélido de palavras metade vazias. Por isso, torna-se muito fácil saber que a última forma de se provar o amor que se sente é dizendo que se ama.

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