sexta-feira, 15 de julho de 2011

pesar

O tempo as vezes põe pedra e as vezes põe pena sobre aquilo que penso
O tempo as vezes torna arredio e as vezes torna dócil aquilo que sinto.

últimas vertentes

"Tudo na minha vida aduz-se na sensível escuridão: o universo dos olhares. Tudo se compraz em profundidade, já basta de vastidão. Estou para ser serenidade."

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Tolice sã

 Após tantas alucinações com o depois que prezo em demasia, sob os cacos nos quais me ajoelho e agradeço por tê-los e  por poder sangrar alegre nessa minha vertigem egoísta. O que importa pra mim é o amor que tenho pelo que você vai me deixar de bom. Ainda que seja um 'quê' o nosso adeus, vou chorar e em seguida não olharei pro seus olhos nem pros olhos do inferno, irei apenas alegrar-me num lapso ínfimo de tolice. Não trocarei meu guarda-roupas, nem os móveis sob os quais nos iludimos e realçamos a cor da carne, apenas buscarei uma nova fagia emocional que apure ainda mais meu ar de perfeito. Não deveria ter começado pela suposição desse êxito do fim, porém agora que já se fomos(em uma realidade alternada), deixemos que o ímpeto das letras tome o trono desses meus reinos que não têm nada de lineares. Por seu turno, o meio que impetre de mim o que a de belo, o que de feio escondo, o que de carne reprimo, o que de medo maqueio. Entermeando as doses do meu doce sangue, desejo regar o teu poder, alimentar meu auto-controle, e imperiosamente, conservar o meu ar de aspirante a monge puritano. Por fim, nada temo, tornei-me corajoso e ambicioso. A tolice é a carta mais certa, a qualidade mais sensata, o sestro ideal para te amar, quer seja, ou melhor, ora no meio ora no fim.

domingo, 10 de julho de 2011

liberté


     Avançamos no caminho da liberdade? O meios de aprisionamento também evoluíram, de tal forma o que se prega é: “a liberdade está aí, liberdade é poder fazer o que quiser, liberdade é poder comprar o que se quer, liberdade é acolher algo que nos traz paz”. Porém, em que parte do mundo liberdade não é poder? Para que alma do mundo liberdade não é contenção do ser? Para quem liberdade não é comprar uma idéia pronta de alegria? Agora não tenho dúvidas, não sou livre. Estou preso pelas correntes de contenção do meu ser, pelo açoite das imagens lúdicas, pelo poder alucinógeno. Estou farto, mas não deixo de estar tentado, pois não há forma melhor de transpor uma tentação que não ceder a ela e deixar-se ser domado pela virtude tola, a virtude movedora de paixões inúteis que nos leva tão somente a senilidade precoce de nossas almas. Preso eu sou, mas não fico acanhado pelas correntes dos sensos e das cidadanias medíocres.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O âmago da luz

O sorriso é uma janela de sangue no peito de quem nos quer mal
Tablado escorregadio e farto de enxofre
Lago diáfano, e logo livre pra sofrer alegre ou mesmo cingir-se destoado
potencializar essa hulha-branca é torna-la um sestro sinistro
Cabe à mim maldizer o mundo e escarnecer minh'alma
Infinita trupe de razões sádicas, não me permitem acolher nem tolher o mal
Porém indagam: quem é o porta-voz desse âmago ?
Quem foi até o cume alavancar-me do meu posto são?
à mim cabe os pecados pela infração dos meus horizontes
e a eles cabem traçar com hulha o infortúnio de minhas limitações?
Pobres demônios! casualmente acorrentados pelas liberdades inúteis.

terça-feira, 5 de julho de 2011

O Tolo

Decerto, a insegurança que me passas é o que me acorrenta ao riso
 Faz-me um tolo afortunado sem contenção da libido
Um meio translado do corpo é risco: instinto
Lábio verossímil.
Virtude inaudível
Assume-se aqui o riso extinto em poucas horas do tempo
Temor, tremor, intento
Paixão avulsa e receio alado, um de cada lado do único assento: o amor
Aduz-se aqui nosso único lamento: o tempo.

domingo, 3 de julho de 2011

Moradia inóspita

A senilidade dos meus costumes pertine a introversão do meu ser
 As formas destes hábitos mudos dizem pouquíssimo
Crível é minha capacidade de inundar o tempo
e isso é só aversão as condições naturais do vento.
Temor alheio pela contenção do ser
Terrível fato que condena o fantástico valor daquilo mundano
É triste e nojento
Fui morto na cruz sem antes ver meu coração despejar à contento.
Tive que barganhar minha alma enquanto ela era tudo que tinha
Tive que pô-la a prova enquanto a subjugavam sem valia
Pobres crianças condenadas a educação robótica de cada tempo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Na beira do cadafalso

Beira, sabe-se lá quanto tempo e espaço te falta
Retrair-se ao nosso encontro é despojar sangue num lago de calma
Debruças tua corpulenta verdade sobre meus pés
Lá devo dormir; Lá devo chorar; Lá devo sorrir
E nada mais que um caminhar singelo
Um quinto dia aberto para o tempo errado
Cadafalso interessante esse que me meti.
O sono é a honestidade mais apropriada para o momento
É a senilidade mais chata das que me completam
Deixarei então meus olhos entregues a beira do ostracismo valioso
Ele é tão imperioso quanto um ouro de ladrão.