segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Embaraço

Primeiro amaciei todo teu cabelo... E então todo o meu estava embaraçado, por circunstâncias fortuitas não pude desembaraçar meu plexo de sentimentos, o que me remeteu a um desadouro dezarrazoado. Não sei dar nome a esse tipo de acaso, mas por não ter quem, procurei um espelho e por não tê-lo em casa, procurei a rua para saber quantas pessoas andam por aí com o cabelo fustigado. Porém, ao sair de casa um pouco tarde da noite, notei um homem sentado embaixo da luz, rapidamente percebi que ele estava de chapéu e pouco se importava de estar sentado na calçada. Resignei-me por pouco tempo, logo me atrevi a questioná-lo sobre o porquê de não se importar em transparecer um rechaçado. Então, ele levantou a cabeça e retrucou-me se eu não tinha alguma boa razão para estar com alguém que não se importar-se em conversar no escuro do quarto, alguém cuja a luz não estivesse sobre sua cabeça e os olhos pouco falassem, por fim ele indagou-me uma segunda pergunta: você acha que eu deveria estar preucupado em apenas transparecer algo que demonstra apenas minha condição de farrapo, isto é, enquanto há você que não consegue ver dentro de si próprio a luz do necessário?! Voltei para casa, e tentei pentear teu cabelo para que então minha luz se apaziguasse, porém após terminar minha obra de arte, sentei-me à pouca luz do fim da tarde, enfim adornei-a toda, mas no clamor da vanglória já era tarde, minhas mãos estavam completamente rasgadas e pouca luz restava do fim da tarde. Apenas chorei, deitei e dormi. Não encontrei nenhuma resposta sensata...

domingo, 30 de outubro de 2011

Alvor

 À luz de toda serenidade, a minha matiz exposta ao sol. Reluzi meu expectro no teu lençol, e recebi uma verdade atroz. teu amor é passado, histerismo fantasmagórico. Perto dos teus souvernires meu alvor desiludido parece pálido.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mera Condição

uma pequena parte chamada peito, já não suporta teus alentos destoados;
uma pequena coisa chamada medo, faz parte da vida, mas lágrimas extremam minha condição, alargam as saídas da alma;
uma sílaba saltara da boca na sorte de ecoar no teu ouvido
como assim? está tinindo no meu tipano, conjução dos gostos, partí-me em verdade e outra parte não sei se gosto, não sei a cor do rosto.
não sei mais porque meu artista triste não quer desencantar o povo;
toda inverdade que escoe pela face com o fim do desembolço de todas vielas que hão de dar no gozo engasgado, de toda razão que como areia ficou incrostada no céu da minha boca, alheio as nuvens esparsas pra que meu coração depurado adorne as constelações do teu céu, que alheio ao véu destituiu o bom moço que ao contrário dos outros não provara honra mediante meras bravatas, mas compunha sonetos com um mero sorriso no rosto.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vitória da pele

Novo, como se amanhã fosse minha planície de aconchego. Perdido, o elo com minhas cruzes, perdido os mapas das minhas vielas, perdido e a sós com ela. Ansioso, pelo neutralizar de cada sol, por cada volta desse mundo que carrego nos meus pés. Estupefado, aguerrido com o vento que insiste enfadonhamente, em por petálas nos olhos dela, erguendo braços aos ombros dela, permitindo o escambo na rota que me leva ao templo dela. Descente, inibido com a lascivia do bom dia dela. Tudo que for impróprio à natureza dela será desvinculado da minha, pois é, esta renúncia do meu ser é a mais vulgar forma  de amor. É por isso que a venero, amo-a e tornei-me um desterrado.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Cedo ou Tarde

Não sei, mas por enquanto está bom. Ainda que não seja a plenitude da minha fronte, estou gostando, pra não dizer amando já que é muito cedo para tanto. Tenho até medo de brincar com essas palavras relativas ao tempo, e vejo o tempo todo as pessoas brincarem com elas na boca, parece até doce.  Uma coisa engraçada me ocorreu um dia desses, alguém me advertiu que haveria a necessidade de tempo dentre suas necessidades primárias, advertiu-me de forma tão extraordinária que quase compartilhei da mesma necessidade, mas não sei o porquê, não entendo a necessecidade disto. Tempo pra mim é um conceito tão abstrato que aprendi a apreciá-lo de um jeito tão longínquo, da mesma forma e quantidade que aprecio o amor, adimiro-o, penso-o, e as vezes me deixo ser penetrado pela necessidade viver na incerteza, adimito é uma droga tão boa que me recuso a condenar os viciados. Contudo, é exaustivo demais deixar que essas palavras invadam nosso dia-a-dia, isto é, como parasitas em busca de hospedeiros vulneráveis, que querem acoplar o viver a uma dramaticidade infindável. Enfim, me apaixono facilmente por aqueles que amam, porém, dificilmente por aqueles que falam de amor, que dirá, os que blasfemam sobre o tempo. Preciso mesmo, é advertê-los, porfavor quando precisar de um tempo, busque-o de forma imperceptível, para que eu não perceba. E assim dissipe-se de mim sem minha notoriedade, porque não vou fazer questão que você perceba se dou importância ou não. Na verdade, essa vai ser a primeira mentira que vou te contar, vai ser meu jeito insidioso de te tratar, ou melhor, de te destratar. Tolha de mim apenas o dispensável e saia sorrateiramente, assim talvez eu perceba que há algum sentimento na sua atitude e fique resignado. Talvez assim eu finja que nem percebi, e melhor ainda, espero acreditar na minha mentira, embora forçosa, agora sim se faz preciso o uso destas palavras, cedo ou tarde eu acreditarei.

domingo, 2 de outubro de 2011

O princípio da densidade

Nada, apenas um artista do dia-a-dia na solitária luta de fazer cada sorriso um alvor;
Nada, apenas sublimar a alma na grandeza que lhe é nata;
Nada, apenas se portar como a meiguice una da cor de um jardim qualquer: o verde;
Nada, apenas um bom humor vigorante que sobrepuje aquele inerte à sobrevida;
Nada, apenas tudo deslindado pelo nada ufanoso, valorado e abrupto, contudo contido no princípio da consecução da tecedura de uma rosa qualquer com o linho finíssimo da vida;
Nada, apenas que o jardim não se restrinja a frente da casa, isto é, mesmo que esta represente a miserabilidade acessível à subexistência de uma grande massa;
Nada.