terça-feira, 26 de outubro de 2010

sentelha


Gosto da serenidade nos traços do teu rosto limpo
Não consigo ver outro ouro
Vejo tudo em teus seios, na forma dos teus gostos
E não consigo fabricar outra sensação
Falar com sua lingua e provar dos seus desejos
Tudo dentro de um mesmo anseio
E tudo isso é, porque me falta juizo
Falta mais você perto do que não me faz preciso
Perco um pouco de min, sem definhar o embaraço
O embaraço que me definha, que me usurpa o verso vivaz

domingo, 17 de outubro de 2010

como um krishna

então de que vale o amor sem a pureza
herdei de tão longe, sozinho
apanhei.. apanhei.. as petalas que cairam do teu cabelo
volta e vê como minha mão se fez em flor pra te dar carinho
fecha os olhos pra crer que a luz é só mais uma cor
mas não vai unir a tua perfeição no meu peito, não vai suprir as minhas fraquezas
deixe que a paixão vai me deixar
num harém 
além de min, só o amor pode viver sem paz
porque a felicidade ancorou no cais.

sábado, 16 de outubro de 2010

a min


Preciso me desacorrentar dessas correntes nórdicas que me escravizam aos teus pés, no teu pátio. Destravar essas palavras que brincam no quarto. Alavancar essas borboletas pra fora da ilusão. Preciso de pessoas, não de conceitos.

inpropil


Esse chão que acabei de pisar
Podia ser o do seu quarto
Podia ser o do seu terraço
Podia ser o do seu banheiro
Essa cama que não consegui deitar
Podia ser sua cama
Podia ser seu peito
Pode ser eu e você sem respeito
Então se agora lembra outra hora
Larga a mão do meu peito

transparêcia


Lutar por si!
Luta por quem?
Lutar por si!
Lutar por bem?
Lutar pelo bem?
Sede do vale de valorações equivalentes
Terás de quem o prato de comida sem gosto que sacia a desilusão?
Verás através de que olhos essa inutil mascára que te mostra vão
Que tampa tua frágil fé, vulgar e vivaz em raro desespero
Dispõe da minha dor, ela tornou-me o que tanto te agradas
Desbota minha cor, ela já não colori nada
Sinto-me transparente.