sexta-feira, 18 de maio de 2012

A voz da vez

A vida fala, porém sem trocar em miúdes
Doce quando pobre, limpa quando robusta de rubores
seus olhos estão embaralhados em um jogo de azar
cartão postal ela não tem, postal de felicidade foge do encontro.
Há indubitavelmente uma perspectiva em cada suspiro, há até aquelas que se coadunam, há aquelas que se unem em um conluio;
é, já não há como saber. Caberá a Deus dizer a sua verdade, ou pior, intervir nos sentidos das palavras dos homens;
Pois, hodiernamente não há como se falar no valor daquilo que não tem preço. A pressão social põe-me na dúvida, será que algo assim existe?
é, hão de falar do que não sabem. Hão de falar do amor, ou pior, hão de falar de como amar. Hão de falar da morte, ou pior, de como morrer. Hão de falar do sorriso, ou pior, de como sorrir;
Peço-vos que deixem esse árduo trabalho para a caneta do poeta, este tem o trabalho de assimilar e transmitir a sinestesia da desordem;
Sagacidade, talvez, se tornou um sinônimo perfeito de arrogância
A boca da vez é voraz, o único verbo que provém dela não é doce, é um imperativo com temperamento instável
Por fim, teimo em dizer que dificilmente deixará de haver sangue no caminho, pois a renúncia de um ponto de vista é algo odioso, menos vale a centelha de uma vida.
É, caberá a Deus instituir o travesseiro capaz de fazer dormir o pesar maior dos pesares, a dor que não é apagada pelo tempo, mas sim velada por ele.

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