sexta-feira, 15 de abril de 2011

Feliz infâme

Destes olhos não quero falar
de tantos que tentaram ilustrar...
e eram só emoção, porque as letras não transfiguram a ânsia pura

Pobres poetas que não sabem do que tratar
pobres também aqueles leigos em tocar no ventre do leitor
têm as idéias ríspidas como os calos do lavrador solitário
sempre se alastrando com as mesmas palavras

Permeando o sexo com a mesma insuficiência categórica
é preciso mais carne, mais desconexão com o lúcido
jamais saberão a história da minha verdade, ou melhor, da minha felicidade
pois melhor do que a inconstância ela é o plano de fundo gritante, minha infâmia.

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