terça-feira, 4 de janeiro de 2011

sálvia

eu senti os dedos desbotarem as notas
dissiparem as fibras do teu tecido
se espalharam os fios do algodão egípcio
denotaram algo no sorriso derramado
nos bolços do moço que podera pagar
laços apertados em versos de cor arisca
alfinetada bélica, poeira de pólvora subindo no ar
preenchendo o terraço, descendo a escadaria de marfim
pelo vermelho, verão espesso, cor que ainda arde sem fluir
sai claro da loça e da poça que o salto deixou de brilhar
notar, dissolver homens em infatarias de charme
logotipo de alça fora do tempo
assim cai o alento do que foi uma noite
uma sálvia murcha não balança mais com o vento.

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